David Richo, em seu livro Cinco Coisas que não Podemos Mudar … e a Felicidade que Descobrimos quando Aceitamos esse Fato, especifica essas coisas que, não tendo como mudá-las, devemos aceitar como parte da vida:

1. Nada permanece como é ou está em um determinado momento: tudo não só muda, como termina. O ditado que afirma que “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe” expressa esse fato.

2. As coisas nem sempre se comportam de acordo com o que foi planejado. Na verdade, quase nunca um plano é executado à risca, na forma em que foi elaborado. Virtualmente todo plano precisa ser revisto e correções de rumo, feitas.

3. A vida nem sempre é justa (“fair”). Como diz o livro de Eclesiastes, no capítulo 9, versos 11-12: “Eu descobri mais outra coisa neste mundo: nem sempre são os corredores mais velozes que ganham as corridas; nem sempre são os soldados mais valentes que ganham as batalhas. Notei ainda que as pessoas mais sábias nem sempre têm o que comer e que as mais inteligentes nem sempre ficam mais ricas. Notei também que as pessoas mais capazes nem sempre alcançam altas posições. Tudo depende da sorte e da ocasião. Pois ninguém sabe quando a hora da desgraça vai chegar. Como aves que caem, de repente, na armadilha, ou como peixes apanhados na rede, nós também podemos cair na desgraça quando menos esperamos.” (NTLH). [Negrito acrescentado.]

4. A dor, seja ela física ou emocional, é parte inseparável da vida. Outro ditado famoso se aplica: “A vida não é sempre um mar de rosas”.

5. As pessoas não são amáveis e leais o tempo todo.

Por isso, nossa oração, como bem lembrou Reinhold Niebuhr, na chamada Prece da Serenidade, deve ser:

“Dá-nos determinação e coragem para mudar o que precisa e pode ser mudado;

dá-nos paciência e resignação para identificar e aceitar aquilo que não é possível mudar;

e, sobretudo, dá-nos discernimento e sabedoria para distinguir as coisas que se encontram em cada uma dessas duas categorias”.

Nem sempre é fácil.

Salto, em 25 de Novembro de 2023

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