Jeff Bezos fundou a Amazon em 5 de Julho de 1994, na garagem de sua casa em Seattle, WA, EUA. A ideia original era vender livros online, pela Internet. Ele tinha 30 anos.

Para se ter uma ideia, nessa data não existia uma Internet Comercial brasileira (só uma Internet Acadêmica). Na verdade, o que normalmente é chamada de Internet Comercial, alicerçada no protocolo conhecido como WWW — World Wide Web (criado em 1989-1990 por Timothy Berners-Lee), e acessável por um navegador gráfico, o Mosaic, criado em 1993, por Marc Andreessen, só surgiu nos Estados Unidos em meados do ano de 1993, ou seja, um ano antes de Bezos criar a Amazon. No Brasil ela realmente surgiu dois anos depois, em 1995, quando Sérgio Motta, Ministro das Comunicações do primeiro governo FHC, conseguiu quebrar o monopólio da Telebrás nas telecomunicações e criar, aqui no Brasil, uma Internet Privada, vale dizer, a Internet Comercial. O Comitê Gestor da Internet brasileira foi criado em Junho de 1995, por iniciativa conjunta do Ministério das Comunicações (que comandava as telecomunicações comerciais) e do Ministério da Ciência e Tecnologia (que comandava o backbone — a espinha dorsal — da Internet brasileira disponível desde os anos 80 para as universidades brasileiras). O primeiro provedor de acesso privado brasileiro foi de Campinas. Foi criado no dia 22 de junho de 1995, e se chamou DGLNet, em homenagem ao seu criador, Dorian Lacerda Guimarães (invertendo as duas iniciais finais para facilitar a pronúncia). Diz ele: “Antes disto, as pessoas só tinham acesso por meio de universidades. Montamos o primeiro provedor do Brasil”. Eu imediatamente abri uma conta para mim, pessoalmente, e para minha empresa. Por medida de segurança criei também contas na Embratel — vai que o jogo vira e a Internet se torna monopólio estatal, não é verdade? Vide “20 Anos de Internet: Confira Entrevistas com os Provedores que Fizeram História” e “20 anos de Internet: Dorian Guimarães Conta como Montou o Primeiro ISP do Brasil”, de autoria de Roberta Prescott, publicados, respectivamente, em http://www.abranet.org.br/Noticias/20-anos-de-Internet:-confira-entrevistas-com-os-provedores-que-fizeram-historia-523.html, e em http://www.abranet.org.br/Noticias/20-anos-de-Internet:-Dorian-Guimaraes-conta-como-montou-o-primeiro-ISP-do-Brasil-507.html .

Ou seja: a Amazon surgiu, nos Estados Unidos (05.07.1994), um ano antes da DGLNet no Brasil (22.06.1995). Em 27.10.1998 eu abri a minha conta na Amazon, que tem mais de 22 anos. O primeiro livro que comprei, nessa data, foi Peterson’s Distance Learning Programs (1999, 3rd ed.). Paguei 21.95 dólares pelo livro e 12.95 de frete, para um total de 34.51 dólares. O livro era, naturalmente, impresso. A Amazon só começou vender ebooks no format Kindle mais de quinze anos depois de sua fundação. Minha primeira compra de ebooks foi em 12.03.2010 e envolveu três livros (um de cada vez, no mesmo dia, um em seguida ao outro): Ayn Rand, The Fountainhead (7.95 dólares), Ayn Rand, Atlas Shrugged (10.99 dólares) e Edward W. Younkins, Ayn Rand’s ‘Atlas Shrugged’: A Philosophical and Literary Companion (16.97 dólares). Desde então, já faz mais de onze anos, não parei mais. Tenho perto de quatro mil livros em formato Kindle — inclusive dez publicados por  mim.

De lá pra cá, a Amazon se tornou a maior empresa do mundo, em valor de mercado, e Jeff Bezos o homem mais rico do mundo, mesmo depois de se divorciar (recentemente) e fazer um acordo com sua ex-mulher mediante o qual lhe transferiu 36 bilhões de dólares.

Eu me considero um fã incondicional da empresa e condicional de Jeff Bezos: gosto das ideias dele como homem de negócios, não gosto das ideias políticas dele, apoiador do Partido Democrata, nem, muito menos, das posições editoriais do jornal que ele comprou, The Washington Post.

Em Salto, 15 de Maio de 2021 (Dia do aniversário da Paloma)

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