Quando você tem 74 anos, a grande vitória de cada dia é, naturalmente, continuar vivo. Mas há pequenas vitórias diárias que precisam ser celebradas.
Agora à tarde fiz uma pequena proeza. Umas três semanas atrás comprei uma bicicleta usada (mas em boas condições, com marchas e tudo). Mas não tive coragem de usar. Afinal da contas, fazia pelo menos uns 50 anos que eu não subia (montava?) em uma bicicleta. Acho que depois que eu fui para os EUA, em Agosto de 1967, nunca mais andei de bicicleta. E não sei quando havia andado antes de viajar. Nunca tive uma bicicleta minha. Sempre que andei, foi na dos outros (Flávio Chaves, Anello Sanvido, etc.).
Hoje, só com os caseiros por perto, peguei a bicicleta e resolvi arriscar. Esclareço que não faço nenhum exercício. Há dez meses comprei um remo seco, mas só usei uma vez.
Titubeei um pouco no começo, em cima da bicicleta, mas me firmei. Fui até à porteira do sítio (mais ou menos 500m). Meio subidinha, andando na grama (que foi cortada ante-ontem). Cheguei lá esbaforido, suado, com as pernas e os braços doendo.
Por precaução, não tentei fazeer a meia-voltinha montado. Desci, virei a bicicleta, porque sou um sujeito cuidadoso e precavido.
O retorno foi bem melhor, porque era descidinha. Desci, sem fazer nenhum esforço, passei na frente do portão de entrada da casa, propriamente dita, fui até a casa dos caseiros, e voltei.
Acho que ao todo andei cerca de 1,5 km. Ainda estou suado, refrescando-me no quarto com ar condicionado. Mas decreto que a aventura foi vitoriosa. Não caí, não tive outro enfarte, só fiquei cansado e muito suado.
Aos poucos eu pego o ritmo. Pena que vamos estar fora um tempinho razoável.
É isso, por ora.
Em Salto, 15 de Dezembro de 2017, 15h.
Categories: Small Victories
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