A Wikipedia em Inglês define “Hydrothermal Spring”, Fonte de Água Quente, como “uma fonte de água, também chamada de fonte de água hidrotérmica, ou fonte de água geotérmica, produzida pela emergência de águas quentes, na superfície da Terra, que são produzidas por águas quentes aquecidas debaixo da superfície da Terra. O aquecimento da água que emerge na superfície da Terra é produzido ou por corpos, não muito profundos, de magma (rocha derretida), ou, alternativamente, pela circulação de águas, nas profundezas das rachaduras ou falhas (faults) da crosta terrestre. Em qualquer caso, a fonte última do calor é a decadência radioativa de elementos radioativos que naturalmente estão presentes no chamado manto, que é a camada imediatamente abaixo da crosta terrestre”. [Tradução minha].
Meio complicado…
A Britannica online dá uma definição que, na superfície (!), é mais simples… Uma fonte de água quente “é uma fonte de água cuja temperatura da água é substantivamente superior à temperatura da região da superfície terrestre em que a fonte está localizada.” [Tradução minha]. Fácil de entender, mas não explica muito. Na sequência, a fonte (isto é, a Britannica Online) explica que a temperatura mais aquecida da água, em relação à superfície terrestre, pode se dever ao magma (rocha derretida) ou a atividade de vulcões ou à emergência de águas aquecidas existente bem fundo nas benditas falhas da crosta terrestre. Aqui caímos mais ou menos no que havia dito a Wikipedia.
A cidade de Chaves, em Portugal, que é minha cidade favorita na Europa, por razões sentimentais (pelo nome da cidade), completa dois mil anos neste século e foi fundada pelos Romanos no primeiro século de nossa era em cima de uma Fonte de Água Quente. Ficou famosa por isso, muito antes de eu sentir orgulho por portar como sobrenome o nome da cidade.
No Brasil existem algumas dessas fontes que são conhecidas há muito tempo, como a de Poços de Caldas ou de Araxá. Mas as ditas águas, olhando em retrospectiva, foram muito mal exploradas nessas cidades. Criaram um prédio, com um hotel anexo, que era a “Central de Águas Quentes”, onde hóspedes, ou mesmo gente de fora, podia tomar banhos quentes, supostamente bons para a saúde, etc. Coisa assim criada pelo governo para atrair turistas para a região.
Em Caldas Novas, em Goiás, no entanto, a coisa virou “big business”. Lá, pelo que consta (e e eu já testemunhei) há um Rio Quente produzido por uma Fonte de Água Quente. Coisa fantástica. Fizeram um lugar cheio de piscinas de água quente, e outros atrativos, construíram um “Hot Park” (Parque Quente), que é um Parque de Diversões com atrações aquáticas de todo tipo, em água quente, construíram vários hotéis e restaurantes, e engordaram suas contas nos bancos. A Paloma é doida para ir para a Pousada do Rio Quente sempre que possível.
Com o tempo surgiram vários empreendimentos semelhantes em outros locais. Recentemente visitamos um em São Pedro, aqui perto de Salto (cerca de 100 km máximo). E, no fim de semana passado, de sexta a segunda, estivemos em Olímpia, no Noroeste do Estado de São Paulo, distante mais ou menos 440 km da capital, que é uma cidade que aparentemente decidiu que Águas Quentes, naturais ou artificialmente aquecidas, são o seu destino. Como resolvemos ir assim em questão de cinco minutos, na própria sexta-feira cedo, o mais famoso e maior dos parques não tinha mais disponibilidade nos seus hotéis parceiros. Nossa escolha, assim, ficou meio restrita.
O principal parque, em idade, tamanho, número de visitantes e fama, é o Parque Aquático Thermas (sic) dos Laranjais, de Olímpia, site
Ele se vangloria, no site, de ser “o parque aquático 1º do Brasil, 1º da América Latina e 5º mais visitado do mundo” e de ter “mais de 55 atrações”. No entanto, ele é apenas um parque, embora enorme: ainda no site, ele afirma, no momento, que tem 300 mil metros quadrados, mas que com novas aquisições de espaço, sua área total aumentou em um milhão de metros quadrados, indo para um milhão e 300 mil metros quadrados.
No entanto, ele não possui hotéis próprios. Possui, entretanto, convênios com duas redes internacionais de hotéis: a Mercure-Accor (Termas de Olímpia by Mercure-Accor), francesa, site
https://all.accor.com/hotel/B8P7/index.en.shtml
e a Wyndham (Wyndham Olimpia Royal Hotels), americana, site
https://www.wyndhamhotels.com/pt-br/wyndham/olimpia-brazil/wyndham-olimpia-royal-hotel/overview
que têm enormes hotéis grudados ao parque (com entradas próprias exclusivas), que possuem suas próprias piscinas e atrações, independentemente do Thermas dos Laranjais.
Lamentavelmente, ambos estava sem vagas para o último fim de semana.
Escolhemos, portanto, um parque e grupo de hotéis (pelo menos quatro) que está criando em Olímpia um outro empreendimento gigantesco, que une um Parque Aquático a uma série de hotéis próprios e outras atrações, chamado de “Hot Beach Parque e Resorts” (Hot Beach quer dizer Praia Quente) – site
A descrição do Hot Beach Parque pode ser encontrada no site
https://www.hotbeach.com.br/parque-aquatico
Os hotéis são quatro:
- Thermas Park Resort & Spa
- Celebration Resort
- Hot Beach Resort
- Hot Beach Suites
Os dois últimos são anexos ao Hot Beach Park.
A descrição dos resorts (hotéis) pode ser encontrada nos seguintes sites:
- https://www.hotbeach.com.br/thermas-park
- https://www.hotbeach.com.br/celebration
- https://www.hotbeach.com.br/hot-beach-resort
- https://www.hotbeach.com.br/hot-beach-suites
Ficamos no hotel Celebration. Bastante bom, mas é preciso tomar um trenzinho Maria Fumaça para chegar ao parque, cerca de 10 minutos (de trenzinho) distante. A pé levaria uns 25 minutos, mas meio morro acima. O próprio Celebration, porém, tem três enormes piscinas, ofurôs por todo lado, academia de ginástica, centro de massagens, e, além do restaurante principal, bar e coffee shop, etc.
Além desses dois conglomerados, há vários hotéis e resorts independentes, que vendem ingressos para o Thermas dos Laranjais e para o Hot Beach Parque.
Decidimos explorar como eram as fontes de águas quentes da cidade — e descobrimos que as fontes verdadeiras de águas quentes ou são mínimas, as águas sendo apenasmente (como dizia Odorico Paraguaçu) quentinhas, ou, então, são decorrentes da nossa conhecida tecnologia: águas eletricamente aquecidas… Fiquei meio desapontado, como quem descobre na noite de núpcias (hoje em dia fato raro) que os encantos da amada não passam de tecnologia cosmética e protética. Em algumas das piscinas as centrais de aquecimento de água não são nem mesmo camufladas. Mas a água quente é legal, qualquer que seja a fonte do aquecimento. E nenhuma das pessoas dos hotéis e dos parques, a quem fizemos perguntas, escondeu o fato de que tecnologia era usada para manter a água aquecida em nível exigido pelo público. Mas a maior parte deles tentou nos convencer de que a água era naturalmente quente, a tecnologia só sendo um reforço…
Gostaria de pesquisar mais esse assunto. Se alguém tiver informações, por favor, decline-as.
Em Salto, 26 de Julho de 2022
Categories: Fonte de Águas Quentes, Thermal Water Springs
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