[Texto publicado primeiro, em 28.4.2023, no Facebook, em alguns de meus perfis e algumas de minhas páginas. Aceito comentários, críticas e contraposições que possam corrigir ou enriquecer a minha posição.]
Sempre achei que o que determina se somos cristãos (ou presbiterianos), ou, pelo menos, bons e respeitáveis seres humanos, é o conjunto da obra, ou seja, como vivemos, como nos relacionamos com os outros, como tratamos os que são diferentes de nós, quais nossas atitudes, quais nossos sentimentos, quais nossos valores, quais nossas esperanças. O que nós acreditamos sobre questões de fato e de doutrina provavelmente faz parte desse conjunto. Mas é, em minha opinião, um elemento que não representa tanto quanto alguns imaginam. Certamente não é tudo. Se o fato que estou longe de ser ortodoxo doutrinariamente vai um dia me impedir de ser aceito e aprovado pelo autor e senhor do universo, que, quero crer, exista, é ele que o decidirá e dirá, ninguém mais. Certamente não eu. Eu tenho apenas minha consciência tranquila de que neste mundo tenho, da melhor maneira que consigo, procurado a verdade, buscado o bem, o certo, o justo, e, por que não, exaltado o belo, aquilo que contribui para a harmonia do universo. E tenho minha esperança de que, havendo alguma forma de juízo após a morte, estarei entre os aprovados. Se não estiver, continuarei a acreditar que fiz o melhor que pude. E sentirei alguma inveja de quem conseguiu fazer melhor do que eu. Inveja é pecado, eu sei, mas se eu vier a senti-la, por esse motivo, já não fará nenhuma diferença.
[Conclusões alcançadas ao longo de quase oitenta anos de vida — mas redigidas com esta precisão e clareza apenas hoje, 29.4.2023, tarde da noite, já quase entrando na madrugada, depois de reler Romanos 14, por recomendação de meu amigo John Wesley Silva, bela combinação de nomes, aqui no Facebook. EC]
Transcrito aqui no blog Chaves Space em São Paulo, 29.4.2023
Categories: Liberalism
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