Sempre tive admiração pela Monarquia Inglesa, hoje Britânica. Diz o site “BritRoyals” que o primeiro rei efetivo da Inglaterra foi Alfredo, o Grande, que reinou nos anos 871-899, e pertenceu à Casa (Dinastia) de Wessex. O segundo foi Eduardo, o Sênior, que reinou nos anos 899-925, pertencente à mesma dinastia [meu xará – talvez venha daí a admiração: a Inglaterra já teve doze reis que portaram o meu nome: além de Eduardo, o Sênior, houve Eduardo, o Mártir; Eduardo, o Confessor; Eduardo Baliol; Eduardo I; Eduardo II; Eduardo III; Eduardo IV; Eduardo V; Eduardo VI (o primeiro rei realmente protestante da Inglaterra, filho de Henrique VIII); Eduardo VII (avô da atual rainha); e Eduardo VIII (o que renunciou pelo amor de Wallis Simpson)]. A atual Rainha da Inglaterra – na verdade, Rainha do Reino Unido da Grã-Bretanha, Escócia e Irlanda do Norte – comemorou 92 anos três dias atrás, no dia 21 de Abril, e é a monarca inglesa a governar por mais tempo (seu reino já dura mais de 65 anos – só dez anos menos do que eu, tendo ultrapassado o da Rainha Victoria, que durou apenas 63…). Elizabeth II (que alguns puristas da língua Portuguesa insistem em chamar de Isabel II – ridículo) é, segundo o BritRoyals, a trigésima segunda bisneta (great-granddaughter) de Alfredo, o Grande. Trata-se, portanto, no caso da Monarquia Britânica, de uma instituição milenar. Na verdade, daqui a três anos, em 2021, vai completar nada menos do que 1.150 anos. Há que se admirar uma instituição assim longeva. O Protestantismo comemorou 500 anos no ano passado. A Monarquia Britânica tem bem mais do que o dobro da idade do Protestantismo, que tanta festa fez no ano passado. E, convenhamos, bem mais pompa e circunstância – e menos divisão…

É verdade que a Igreja Católica é bem mais velha… mas bem mais decadente, apesar de ter tido, na segunda metade do século 20 e início do século 21 alguns Pontífices bastante populares, como João XXIII, João Paulo II e o atual, Francisco (ainda sem número). Uma das razões por que admiro a Monarquia Inglesa é o fato de que o povo britânico, em especial o inglês, não deixou que destruíssem essa instituição, apesar de ela ter sido objeto de todo tipo de crítica e fofoca pelos despeitados de não serem realeza e, mais recentemente, pela mídia… E não é só a Rainha que é alvo de carinho do povo, por ser quase centenária (sua mãe passou dos cem). O povo amou Diana, ama Kate, e adora os filhos dessas duas princesas (fato que, no caso de Diana, parece ter até causado certa ciumeira nos membros mais antigos da Casa Real).

Resolvi escrever esta crônica ao ver, agora cedo, no noticiário, Kate sair do hospital (dez horas depois de ter nele entrado), com o novo guri, ainda sem nome (espero que ressuscitem Eduardo), ao lado do marido, todos os três aplaudidos pela multidão que os aguardava na frente do prédio. Entraram no carro e, sabem quem dirigia? Sua Alteza Real, o Príncipe William, futuro Rei do Reino Unido! A família não contava com um motorista engravatado, não precisava de segurança no carro, nada de frescura. Apesar de a Monarquia ter lá suas frescuras, não resta dúvida, o povo releva – e alguns casos, até aprecia…

Deixo aqui minhas boas-vindas ao novo Príncipe. Espero que lhe dêem um nome logo. Provavelmente serão vários nomes. Ele, coitado, tem pouca chance de chegar ao trono, pois é o quinto na linha sucessória, depois do avô Charles, do pai William e dos irmãos George e Charlotte. Sou fã da Princesa Charlotte, uma lindezinha e uma simpatia. Fiquei comovido ao vê-la, do alto de seus dois anos, acenando para o povo, ao sair do hospital, ontem, onde foi conhecer e visitar seu irmão mais novo… Por mim, Elizabeth II reinaria por mais uns dezoito anos, até a vetusta idade de 110 anos, e transferiria a coroa diretamente para Charlotte, então com 20 anos, por um ato especial do Parlamento. Mas a Rainha Victoria, que, antes da atual, foi a que por mais tempo reinou, era a nona na linha de sucessão, e chegou lá…

Quem sabe? Será que eu veria sua coroação em 20K do alto de meus 93 anos?

Em São Paulo, 24 de Abril de 2018

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