Há, a meu ver, três categorias de escritores, de gente de escreve, por profissão ou por amor à arte de escrever.

Primeiro, há gente que escreve ficção. Seus escritos não têm o objetivo de descrever fatos nem chegar à verdade – embora possa haver grandes verdades embutidas na ficção, em especial sobre a vida e a alma humana, que são extremamente importantes, como bem assinalou Mario Vargas Llosa em La Verdad de las Mentiras. Obras de ficção como as de Tolstoy, Dostoyevsky, Ayn Rand (por sinal todos russos de nascimento) estão repletas de verdades desse tipo.

Segundo, há gente que escreve buscando apresentar fatos que nos levem à verdade. Seu interesse é entender o mundo, a vida e a alma humana, bem como a sociedade em que vivemos. Aqui estão filósofos, cientistas de vários naipes, historiadores, biógrafos, e até mesmo pessoas do senso comum que não se encaixam em nenhuma das categorias anteriores. Teólogos pretendem e imaginam estar nesta categoria. Há quem duvide.

Terceiro, há gente que faz de conta que está na segunda categoria, mas, na realidade, está na primeira. Inventam fatos que tentam passar como se fossem verdade. Produzem o que hoje se chama de “fake news”, que é algo que existe há muito tempo mas que foi batizada recentemente com um nome novo, como se fosse uma coisa recente. Em época de guerras e conflitos, esse tipo de escritor floresce, produzido desinformação, mais do que informação. Boa parte dos jornalistas brasileiros da chamada “grande imprensa”, que nada tem de grande, está incluída aqui. Os principais jornais brasileiros, como a Folha, o Estadão e o Globo estão incluídos aqui. Misturam alguns fatos e verdades às fake news e inverdades apenas para que aqueles deem alguma credibilidade a estas. Tentam se alicerçar na liberdade da imprensa para, através de mentiras, meias-verdades, boatos, rumores e insinuações, promover suas causas e os políticos que as defenderão, semeando incertezas, mais do que as removendo, e isto pela (des)informação.

Em Salto, 13 de Fevereiro de 2021

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